13 de julho de 2014

Final da cobertura da Copa do Mundo FIFA 2014



Fica por aqui mais uma cobertura da Copa do Mundo 2014, realizada no Brasil. Aqui, foram noticiados e comentados os 64 jogos do mundial, com alguma ênfase, obviamente, na seleção brasileira.

Foi a segunda cobertura de Copa do blog Histórias - Copa do Mundo, que volta, ativamente, daqui 4 anos.

Até a Copa da Rússia 2018! Obrigado!

Copa do Mundo 2014 - Números finais



Campeã: Alemanha
Vice: Argentina
3° lugar: Holanda
Artilheiro: James Rodríguez - Colômbia - 6 gols
Melhor ataque: Alemanha - 18 gols
Melhor defesa: Costa Rica - 2 gols

Jogos:  64
Gols: 171
Média de gols por jogo: 2,67
Média de público: 53.592 pessoas

Seleção do Blog (4-4-2):
Neuer; Lahm, Thiago Silva, Godín, Blind; Mascherano, Kroos, Pogba, James Rodríguez; Robben e Benzema. Técnico: Sampaoli

Melhor Jogador: Robben (HOL)
Jogador Revelação: Paul Pogba (FRA)
Sensação: Costa Rica
Vexame: Brasil

Foto - Alemanha quatro vezes campeã mundial


Alemanha conquista o mundo pela quarta vez


1954. 1974. 1990. 2014. Quatro anos, quatro títulos mundiais. Hoje, 13 de julho de 2014, a Alemanha sagrou-se tetracampeã da Copa do Mundo com justiça, após vitória na prorrogação diante da Argentina, no lendário estádio do Maracanã. Coube a Mario Gotze, 22 anos, com assistência de André Schurrle, 23, fazer o gol que garantiu o troféu aos europeus no Brasil.

A vitória da Alemanha representa a vitória do futebol moderno. Vitória de um megaprojeto que começou logo após o vicecampeonato, em 2002, quando os alemães perderam para o Brasil o quarto título. As idades dos protagonistas do gol alemão também refletem a seriedade com que o país lida com o futebol.


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O JOGO
Com um nível técnico digno para uma final de Copa, Alemanha e Argentina protagonizaram uma partida espetacular também taticamente, cada um no seu estilo: os alemães não abrindo mão da posse de bola e tendo a coletividade como prioridade, e os argentinos explorando a raça, a velocidade e as individualidades de Messi, Lavezzi e Higuaín.

A primeira chance foi argentina, que foi ligeiramente superior no início de jogo. Após cabeçada para trás de Kroos, a Brazuca sobrou livre para Higuaín. O centroavante, cara a cara com Neuer, desperdiçou a chance e acabou finalizando para fora. Ainda no fim da etapa inicial, o alemão Howedes parou na trave em cabeçada depois de escanteio.

No 2° tempo, a partida continuou bem jogada, mas perdeu um pouco de intensidade. As melhores jogadas saíram com a dobradinha Gotze-Schurrle. Os dois tabelaram e coube ao atacante do Chelsea finalizar de primeira para grande defesa de Romero. Mais tarde, o atacante argentino Palacio, que saiu do banco, encobriu Neuer e quase virou o herói da noite.

Mario Gotze brilhou e fez o gol do tetracampeonato alemão - Foto: Ivo Gonzalez/O Globo

Sem mais oportunidades, a partida foi para a prorrogação. E foi nela, aos 8 minutos do 2° tempo, que o gol saiu. Em jogada pela esquerda, os garotos alemães apareceram e desta vez, marcaram. Schurrle arrancou e cruzou para Gotze. O jogador do Bayern de Munique ajeitou a Brazuca no peito e, sem deixar a bola quicar, bateu de perna esquerda, marcando o gol e entrando para a história do futebol mundial. A Argentina até tentou na base da raça o empate, mas não conseguiu. Final, Alemanha tetracampeã 1. Argentina, vice, 0.

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ALEMANHA
Destaques positivos
Mario Gotze. O meia provou que tem estrela e saiu do banco para entrar para a história. Gotze substituiu Klose e, na primeira chance clara, converteu.

Destaques negativos nesta altura do campeonato são injustos para uma tetracampeã mundial.

ARGENTINA
Destaques positivos
Mascherano. Melhor em campo, o volante não perdeu um desarme e foi perfeito nas intervenções. Com a bola, cometeu alguns deslizes, mas nada que atue a brilhante Copa que fez o argentino. Certamente está no TOP 3 no que se refere aos melhores jogadores do mundial.

Destaques negativos para a Argentina também seriam injustos. Valente, a equipe de Alejandro Sabella poderia levar o título com tranquilidade.

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NOTAS - ALEMANHA
Neuer - 6,0 - Pouco acionado, o goleiro precisou trabalhar mais em lançamentos do que em finalizações. E foi preciso em todas elas.

Lahm - 6,5 - O lateral serviu como desafogo de uma Alemanha que explorou até exageradamente o lado direito ofensivo.

Boateng - 7,5 - Tirou tudo e mais um pouco das bolas altas da Argentina. Boateng foi, hoje, o grande nome do sistema defensivo alemão, mais uma vez não-vazado.

Hummels - 5,5 - O zagueiro alemão teve atuação discreta durante os 120 minutos. Alguns erros incomuns tratando-se de Hummels acabaram acontecendo.

Howedes - 5,5 - O lateral quase colocou seu nome na história ao cabecear a Brazuca na trave de Romero. Mas, deixou Lavezzi deitar e rolar no 1° tempo.

Kramer - SN - O substituto de Khedira sofreu uma lesão na cabeça ainda no 1° tempo e não teve tempo suficiente para mostrar seu futebol.

Kroos -  5,5 - Toni Kroos poderia ser o melhor jogador da Copa, mas sua atuação na final deixou a desejar. O meia falhou em algumas jogadas básicas, mas ainda assim, foi regular.

Schweinsteiger - 6,5 - Um monstro em campo, Schweinsteiger foi um dos jogadores que mais correu na Alemanha (14 km). Além disto, foi protagonista no meio de campo alemão e sofreu muitas faltas.

Muller - 5,5 - O atacante teve uma atuação apagada e apareceu apenas em algumas jogadas construídas pela coletividade alemã.

Ozil - 5,5 - Também discreto, Ozil não conseguiu armar o time quando Schurrle entrou. No final da partida, foi importante, pois fisicamente era um dos mais inteiros de sua seleção.

Klose - 6,0 - O centroavante brigou mais do que sua idade permite. Klose foi substituído por Gotze na 2ª etapa.

Schurrle - 6,0 - O ponta não entrou bem, mas, no decorrer do jogo, melhorou. Na prorrogação, deu valiosa assistência para Gotze marcar o gol da partida.

Gotze - 7,5 - A nota é inteiramente ao fato do gol. Gotze teve o oportunismo necessário e botou seu nome no seleto grupo de jogadores que marcaram em uma final.

Mertesacker - SN

NOTAS - ARGENTINA
Romero - 6,5 - O goleiro fez boas defesas e foi um dos responsáveis por levar a Argentina até a prorrogação.

Zabaleta - 7,0 - O lateral anulou as investidas de Ozil e Muller, principalmente no 1° tempo. O gol da Alemanha saiu pelo lado de Zabaleta, mas o lance isenta o jogador de culpa.

Demichelis - 5,0 - A atuação do zagueiro foi totalmente comprometida pela falha no gol alemão. Demichelis olhou a bola e deixou Gotze, livre, entrar na área.

Garay - 5,5 - Regular, Garay ganhou algumas bolas pelo alto e brigou muito com Klose pela bola.

Rojo - 5,5 - Partida discreta do lateral argentino que se destacou no sistema defensivo da equipe durante o mundial.

Mascherano - 8,0 - Gigante em campo, Mascherano esteve impecável e anulou muitos ataques alemães na partida. Sem dúvidas, o melhor jogador argentino desta Copa do Mundo.

Biglia - 5,5 - O volante fez muitas faltas e acabou por não conseguir dar ritmo de jogo à sua seleção.

Pérez - 6,5 - Di María teve um bom substituto. Pérez jogou muito bem e deu estabilidade ao meio de campo argentino tanto hoje quanto na semifinal.

Lavezzi - 7,0 - O atacante jogou apenas no 1° tempo, mas deu muita dor de cabeça a Howedes. Saiu de forma ainda inexplicável no intervalo e era um dos melhores em campo.

Messi - 6,0 - Messi fez um ótimo 1° tempo, mas, após uma finalização no começo da etapa complementar, sentiu a coxa e não jogou mais. Ainda no 2° tempo, teve ânsia e acabou apagado durante o resto da partida.

Higuaín - 5,5 - O centroavante até foi bem, mas perdeu um gol que não se pode perder. De frente com Neuer, Higuaín chutou para fora a bola que poderia consolidar a partida.

Aguero - 5,5 - Jogador do Manchester City, Aguero substituiu mal Lavezzi e não conseguiu se destacar.

Palacio - 6,0 - Quase o atacante virou herói. Em um cruzamento que veio da esquerda, Palacio deu de cobertura em Neuer e por pouco não balançou as redes do Maracanã.

Gago - SN

Pré-Jogo: Alemanha e Argentina disputam título da Copa; equipes jogaram final em 1986 e 1990


Chegou a hora. Alemanha tetra ou Argentina tri? Vamos saber daqui a pouco. Alemanha e Argentina se enfrentam em um duelo que mostra, parcialmente, as diferenças entre o coletivo e o individual.


ALEMANHA
Coletividade, compactação e qualidade. A mescla destes itens forma uma Alemanha consistente e favorita para o título. Até aqui, os alemães venceram quatro partidas e empataram duas. Foram 17 gols feitos e mais de 3000 passes certos. A geração iniciada em 2006 com Joachim Low tem totais condições de encerrar o ciclo com o tetracampeonato.

Provável time (4-3-3): Neuer; Lahm, Boateng, Hummels, Howedes; Khedira, Schweinsteiger, Kroos; Muller, Klose e Ozil

ARGENTINA
Uma seleção que conta, além da raça tradicional, com as individualidades de Messi, Di María e Higuaín. Os argentinos podem estar até fazendo uma campanha pragmática nesta Copa, mas, quando vão crescendo na competição, como neste caso, são sempre favoritos ao título. Os sul-americanos fizeram apenas 7 gols, mas tomaram só 3.

Provável time (4-2-3-1): Romero; Zabaleta, Demichelis, Garay, Rojo; Mascherano, Biglia; Pérez (Di María), Messi, Lavezzi; Higuaín


Brasil termina campanha com nova derrota: 3 a 0



A vergonha não parou no dia 8 de julho. O Brasil, disputando o 3° lugar, novamente se mostrou um time pífio e perdeu por 3 a 0 da Holanda, no Estádio Nacional, em Brasília.. O placar foi construído com Van Persie e Blind, no 1° tempo, e foi concluído com Wijnaldum, no último minuto da 2ª etapa.

Dez gols tomados em dois jogos e a defesa mais vazada de toda a história do Brasil em Copas do Mundo. Foi isso que a seleção mal treinada por Felipão conseguiu na despedida melancólica do torneio que sediou. Uma vergonha para argentino, holandês e alemão ver.

O que mais surpreendeu o torcedor, no entanto, não foi o placar. Foi a coletiva de Luiz Felipe Scolari, que, com muito desrespeito ao brasileiro, não pediu demissão após a partida e pretende continuar no comando da seleção da CBF.

A Holanda, por outro lado, garantiu o merecido 3° lugar e, ao contrário do que manda a regra da FIFA, recebeu as medalhas sem um adversário em campo presenciando o momento. Total desrespeito da seleção brasileira, que, logo após o apito final, voltou para os vestiários de Brasília.

A lição que fica para 2018 é a de que falta um avanço no nosso futebol. Um avanço que pode demorar anos, mas que precisa, urgentemente, ser feito. Sem planejamento e uma reforma geral no futebol, as goledas poderão ser frequentes no que diz respeito ao pentacampeão - ainda isolado - do mundo.

Argentina de Messi supera Holanda de Robben e é finalista da Copa do Mundo depois de 24 anos



Depois de 24 anos, a Argentina está na final de uma Copa do Mundo. Em uma semifinal tensa disputada na Arena Corinthians, terminada em 0 a 0 no tempo normal, a equipe de Messi precisou dos pênaltis para superar a Holanda: 4 a 2 nas cobranças.

Truncado e mais estratégico do que o normal, o jogo não teve grandes momentos de perigo. Mascherano foi o destaque argentino, enquanto o zagueiro Vlaar foi o melhor holandês em campo.

A Argentina pega a Alemanha, no domingo, para ver se conquista o tricampeonato do mundo. É o que falta para Messi colocar seu nome entre os grandes jogadores da história do futebol.

12 de julho de 2014

Confira capas de jornais do dia 9 de julho de 2014

A vergonha brasileira entrará para a história. Basta conferir a capa de alguns dos muitos jornais que deram ênfase ao Mineiraço. Veja aqui algumas.










Mineiraço: Brasil é eliminado da Copa do Mundo de forma vergonhosa para a Alemanha: 7 a 1



Talvez a forma mais simples e justa de começar o texto é dar, sem delongas, o placar do jogo da primeira semifinal da Copa do Mundo, disputada no dia 8 de julho de 2014, no Mineirão. Brasil 1x7 Alemanha. O maior vexame da história do futebol mundial.

Parecia um pesadelo, mas, assim como o fantasma de 1950, apelidado de Maracanaço, não foi. Foi real. Depois de 64 anos, o Brasil voltou a perder uma Copa do Mundo em casa de forma melancólica. Desta vez, não houve um chute potente do uruguaio Ghiggia no caminho de Barbosa. Houve, sim, sete gols de uma potente Alemanha no caminho de Felipão, treinador da seleção amarela, principal responsável pelo Mineiraço.

Mineiraço que começou a ser construído aos 10 minutos iniciais de jogo. O meia Toni Kroos cobrou escanteio e Thomas Muller, 24 anos, até então com nove gols em mundiais, fez o décimo após se desmarcar da zaga brasileira e finalizar ao gol de Júlio César: 1 a 0.

Aos 22, começou o que Felipão classifica como "pane", que na verdade significa o retrato de um time sem padrão de jogo e mal armado: após bela jogada coletiva, Miroslav Klose, centroavante alemão, botou seu nome de vez na história e se tornou o maior artilheiro da história das Copas: 16 gols.

Cerca de 120 segundos depois, a Alemanha aumentou. Em jogada onde o lateral Lahm apareceu pela direita e tocou para o meio, a zaga brasileira permitiu que a bola chegasse a Kroos. O alemão bateu forte com a perna esquerda e começou a deixar tanto os torcedores no estádio quanto os quase 200 milhões espalhados pelo Brasil entristecidos.

O que parecia impossível se tornou realidade e, logo na saída de bola, o Brasil perdeu a posse, deixou a Alemanha trocar passes dentro da área e tomou mais um gol. De novo com Kroos, após tabela com Khedira. Não perca a conta: Alemanha 4, Brasil 0.

Aos 28 minutos do 1° tempo (apenas sete minutos depois do 2° gol alemão), Khedira recebeu a Brazuca livre após dividida no círculo central, novamente tabelou - desta vez com Ozil - e fechou a conta da etapa inicial: 5 a 0.

Lento, Felipão mexeu no time que tomou 5 a 0 em 29 minutos apenas no intervalo. Mas, não foi o suficiente para um time totalmente mal armado taticamente e sem um padrão de jogo. O resultado foram mais dois gols alemães: dois de Schurrle, que substituiu Klose. Oscar ainda diminuiu, mas a maior vergonha do futebol mundial foi decretada: Alemanha, finalista, 7. Brasil, eliminado de forma vergonhosa em casa, 1.

 Massacre alemão derrubou o Brasil do mundial: 7 a 1. Foto: Diário de Pernambuco


Diferente do que o futuro ex-técnico da seleção brasileira afirmou na entrevista coletiva, o apagão não foi atípico. Desde o começo da Copa, muitos brasileiros - assim como este blog - mostravam preocupação quanto ao padrão tático dado por Felipão aos seus comandados. Padrão que tinha como a ligação direta sua principal forma de jogo.

E mais. O tal "apagão" só durou sete minutos por que a Alemanha nitidamente tirou o pé do acelerador e não transformou a goleada em dois dígitos. Porque se dependesse de Felipão, o vexame seria maior.

Em resumo: devemos acabar de vez com a injustiça cometida quanto ao goleiro de 1950, Barbosa, e, além de guardarmos na memória a catástrofe do Mineirão, iniciarmos uma revolução no futebol brasileiro, que desde o começo dos anos 2000, parou no tempo.

* A fonte utilizada nos nomes dos autores dos gols teve de ser diminuída por motivo de incompetência amarela.

7 de julho de 2014

O Brasil passou da 1ª fase porque tem Neymar, e chegou na semi pela brilhante zaga. E agora?


Na estreia da Copa, Neymar brilhou e fez dois dos três gols brasileiros contra a Croácia. Diante do México, foi ele que teve as melhores chances de gol brasileiro, que só não saiu devido as ótimas defesas de Ochoa. E, para fechar a 1ª fase da Copa, veio Camarões. E veio mais uma digna atuação do camisa 10, que fez os 2 dos 4 gols do Brasil nos momentos mais complicados do jogo.

Em resumo: se o Brasil não tivesse Neymar, provavelmente não passaria de fase. Os números comprovam. Dos sete gols brasileiros na 1ª fase, cinco tiveram participação direta do atacante: quatro gols e uma assistência. Os outros dois tentos foram marcados já no final das partidas, quando o placar estava definido (os últimos no 3x1 contra a Croácia e no 4x1 sobre Camarões).

Sozinho, Neymar carregou o Brasil na 1ª fase da Copa. Foto: UOL

Nas oitavas e nas quartas, Neymar teve marcação especial e acabou não sendo o principal jogador da seleção brasileira, o que é normal, afinal, o atacante tem apenas 22 anos e seria quase impossível que decidisse todas as partidas.

Sem coletividade e sem Neymar brilhando, restou a seleção confiar na sua zaga, a melhor do mundo. Thiago Silva e David Luiz foram muito bem no confronto com o Chile, e quando a bola passou por eles, coube a Júlio César - além da trave do Mineirão - fazer o papel de protagonista e passar o Brasil de fase.

Diante da Colômbia, novamente a zaga garantiu que o vexame não chegasse. Thiago Silva e David Luiz, além de marcarem um gol cada, foram, de longe, os melhores da partida. O primeiro evitou um contra-ataque colombiano ainda no 1° tempo que, se fosse concluído em gol, mudaria a história do jogo, e o segundo foi perfeito nos desarmes e fez com que Júlio não precisasse trabalhar.

Para a partida diante da Alemanha - sem dúvidas, o adversário mais qualificado até aqui -, o Brasil não tem Neymar, lesionado, nem Thiago Silva, suspenso. Ou seja, dos 4 destaques e praticamente únicos que mostraram coisas boas até aqui - e os que mais choraram também -, o Brasil só tem 2: Júlio César e David Luiz.

Parece que o choro fez bem: David Luiz, Júlio César e Thiago Silva salvaram o Brasil do fracasso. Foto: RBS

Na verdade, o principal nome que falta ao Brasil não é Neymar nem Thiago Silva. Atende pelo nome de padrão de jogo. Padrão que a Alemanha possui, que a Argentina mostrou na última partida e que na Holanda, mesmo sendo defensivo, funciona.

O Brasil até aqui derrotou todos os adversários iniciados com a letra C: Croácia, Camarões, Chile e Colômbia. Empatou com México. Será que vence a Alemanha? Se ajudar, podemos relacionar nosso oponente de amanhã ao padrão que tem em campo: coletividade e compactação. É possível?

Argentina vence Bélgica com segurança; Holanda precisa dos pênaltis para eliminar Costa Rica


Os outros 2 semifinalistas da Copa estão definidos. Primeiro, a Argentina, em Brasília, derrotou a Bélgica por 1 a 0, com gol e ótima atuação do centroavante Higuaín. Em uma partida truncada, os argentinos tiveram o controle das ações e só sofreram no final do jogo, por meio das bolas aéreas em direção aos belgas Fellaini, Lukaku e Van Buyten. Messi, no último lance da partida, teve a chance de ampliar o placar, mas o goleiro Courtois brilhou e, no mano a mano com o atacante, fechou o gol e executou ótima defesa.

A principal baixa da partida foi Di María. Ainda no 1° tempo, o meia sentiu a coxa e certamente está fora da semifinal. A dúvida fica para o jogo seguinte: o argentino pode vir a jogar a final ou uma virtual disputa de 3° lugar.


Mais tarde, a Holanda não conseguiu, durante os 120 minutos (tempo normal + prorrogação) fazer um gol na surpreendente Costa Rica e dependeu dos pênaltis para avançar. O momento marcante da partida, realizada na Fonte Nova, foi, com certeza, a ousadia do técnico dos holandeses Van Gaal. O treinador, no fim do tempo extra, sacou o goleiro Cillessen, de 1,88m, para a entrada de Tim Krul, de 1,93m, deliberadamente para a disputa de pênaltis. A mudança chocou muita gente e decepcionou o titular da posição, mas deu certo: Krul defendeu 2 cobranças dos costarriquenhos e acabou colocando sua seleção entre as 4 melhores do mundo.

Brasil derrota Colômbia, mas perde Neymar


A alegria da torcida brasileira de uma vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia e de uma classificação para a semi final da Copa após 12 anos foi ofuscada horas depois, após a notícia de que Neymar, com uma fratura na terceira vértebra lombar, está fora do mundial.

O jogo
Diante de uma Colômbia muito abaixo do que fez durante a Copa do Mundo, o Brasil fez um bom 1° tempo muito pelo que os próprios colombianos mostraram: um enorme espaço entre as linhas, pouca troca de passes e um visível receio de enfrentar o maior campeão das Copas em casa. É claro que houve melhora brasileira nos primeiros 45 minutos, no entanto, esta melhora foi mais pela deficiência do time de Pekerman do que pela eficiência dos comandados de Felipão. E foi neste período que o gol de Thiago Silva, após escanteio, saiu e decretou o placar parcial até o intervalo: 1 a 0.

O Brasil voltou pior para a 2ª etapa e as falhas técnicas e táticas novamente apareceram. A bola não passava pelo meio campo, as ligações diretas foram utilizadas, Fred, Hulk e Oscar pouco produziam, e o pior: Neymar, bem marcado, não conseguia dar sequência nas jogadas.

Mas, a melhor zaga do mundo, assim como na partida com o Chile, foi o diferencial para a vitória. Desta vez, David Luiz, em perfeita cobrança de falta, aumentou a vantagem: 2 a 0. Depois do gol, Thiago e David cortaram vários passes que, se concluídos, causariam dor de cabeça ao goleiro Júlio César.

Um pênalti foi bem marcado para a Colômbia já no fim da partida. James Rodríguez converteu, mas, sem passar pela muralha defensiva amarela, os colombianos não conseguiram mais do que isso. Final, Brasil, classificado, 2. Colômbia, eliminada, 1.

Contusão de Neymar
O que não poderia acontecer para o Brasil, aconteceu. Aos 41 minutos do 2° tempo, o lateral colombiano Zuñiga, de forma imprudente, mas não maldosa, acertou com o joelho as costas de Neymar. E o tirou do restante da Copa do Mundo. O atacante fraturou uma vértebra lombar e só volta a ficar em condições de jogo em, pelo menos, 1 mês. Sem Neymar, o Brasil, que já encontraria muitas dificuldades contra a Alemanha, precisa jogar tudo que não jogou até agora para almejar o título.

Compacta, Alemanha bate França no Maracanã: 1 a 0


No primeiro jogo das quartas de final da Copa do Mundo, deu Alemanha. Diante da França, a equipe de Joachim Low fez uma partida tranquila, encontrou seu gol por meio da bola alta, com Hummels, e raramente levou sustos ao seu torcedor. Com o 1 a 0, os alemães estão garantidos entre as 4 melhores seleções do mundo. Já os franceses, que fizeram boa campanha no mundial, voltam para casa com uma boa impressão de uma geração que pode chegar mais forte em 2018.

O que chamou a atenção da Alemanha, tanto nesta partida quanto durante a Copa inteira, foi a compactação. Sem a bola, a distância entre a linha de zaga alemã e o centroavante (geralmente Muller) chega a ser de 20 metros. Com isso, passa a existir uma dificuldade para o adversário ter a posse de bola, já que a equipe de Low se movimenta em bloco (como na imagem abaixo: se a bola está no lado esquerdo alemão, por exemplo, os 10 jogadores de linha fecham o espaço).


Outro destaque da equipe alemã é a coletividade. Diferente dos outros semi finalistas, a Alemanha não tem um craque, como o Brasil de Neymar, a Argentina de Messi e a Holanda de Robben. Muller, Ozil, Schweinsteiger, Kroos e companhia dividem tal responsabilidade.

1 de julho de 2014

Emocionante, dia 20 da Copa do Mundo tem vitórias de Argentina e Bélgica na prorrogação


A Copa das Copas está cada vez melhor. E não só no nível técnico. Hoje, 1 de julho de 2014, o torneio recebeu dois jogos que entrarão para a história pela emoção. Primeiro, a Arena Corinthians recebeu um jogaço entre Argentina e Suíça, que, apesar da rede balançar somente aos 13 minutos do 2° tempo da prorrogação, foi ótimo de se ver. E Bélgica e Estados Unidos, duelo que ocorreu horas depois em Salvador, não ficou para trás no quesito.

Argentina e Suíça fizeram um jogo de gente grande. Marcando bem e saindo para o jogo, os europeus anularam o jogo argentino, que durante alguns minutos se assemelhou ao do Brasil quanto à falta de meio campo. A maioria das jogadas dos sul-americanos era originária de bolas cruzadas ou da individualidade de Messi. Pelo outro lado, Shaqiri se mostrava mais argentino que suíço. Driblou, catimbou, teve raça e foi o jogador que mais correu eu campo. Foram dele as jogadas que mais causaram perigo ao gol de Romero. Aos poucos, no entanto, a Argentina tmou conta da partida e teve mais de 60% de posse de bola.

Destaque? Durante os 90 minutos, quem brilhou foi o goleiro suíço Benaglio. Ele precisou trabalhar em 22 chutes que foram na direção de sua meta, número incrível que denota a superioridade argentina durante boa parte da partida. Benaglio conseguiu fazer com que a Brazuca não passasse a linha de seu gol e foi o principal responsável por levar a partida para a prorrogação.

Prorrogação que fez o coração de qualquer argentino acelerar e foi morno até os 12 minutos do 2° tempo. Pênaltis? Que nada. Messi, pelo meio, recebeu e partiu para cima dos suíços. O camisa 10 encontrou Di María, que finalizou cruzado para fazer o gol que colocou a Argentina na frente.

Mas, se engana quem deu a partida como encerrada. Em 5 minutos, a Suíça teve três faltas perigosas. Em uma delas, a bola foi cruzada para a área e, após cabeçada, carimbou a trave da Itaquera e evitou um novo empate. Até Benaglio se arriscou no ataque e por pouco não tomou seu segundo gol. Em uma rebatida da defesa argentina, o gol ficou livre para Di María. Do meio campo, o autor do primeiro gol chutou e a bola parou na rede pelo lado de fora. E parou por aí. Argentina, classificada, 1. Suíça, eliminada, 0.

Mais tarde, na Fonte Nova, mais emoções. A Bélgica dominou os Estados Unidos durante toda a partida, mas foi incapaz, muito pela ótima atuação do goleiro americano Howard, balançar as redes. Ficou, também, para a prorrogação. E nela, De Bruyne e Lukaku desencantaram. O jovem Green diminuiu, mas foi insuficiente para que os comandados de Klinsmann avançassem na Copa do Mundo. Final: Bélgica 2, Estados Unidos 1. Os europeus estão classificados.

Alemanha precisa da prorrogação para superar Argélia; França vence Nigéria do goleiro Enyeama


Foi na base da superação e na tradição das camisas que Alemanha e França garantiram suas vagas nas quartas de final da Copa do Mundo. As duas seleções tiveram um esforço maior que o esperado, mas venceram as africanas Argélia e Nigéria e estão entre as 8 melhores seleções do mundo.

Jogando no Beira Rio, Alemanha e Argélia, assim como em 1982, fizeram um jogo histórico. Considerada favorita, a seleção da europa começou a partida de certa forma perdida e encurralada em certos momentos pela seleção africana. O goleiro Neuer, por diversas vezes, jogava como líbero e tinha muito mais trabalho fora da área do que perto de sua meta.

A saída de bola alemã era precária durante o 1° tempo inteiro e tinha uma Argélia pressionando os defendores. Com isso, Schweinsteiger e Kroos não conseguiam produzir para o trio Muller, Ozil e Gotze. Somente no final da etapa inicial, a Alemanha equilibrou um pouco das ações do jogo e, com tiros de longe, chegava ao gol dos argelinos.

No 2° tempo, o jogo continuou aberto e a Alemanha passou ter a superioridade. Destacou-se, então, o goleiro argelino Mbolhi, que praticou, no mínimo, três defesas de extrema dificuldade. Sem conseguir passar pela muralha africana, a Alemanha passou em branco e o placar após os 90 minutos foi de 0 a 0.

Na prorrogação, o gol, tão procurado pelos europeus, saiu com apenas 2 minutos. Após cruzamento da esquerda, o ponta Schurrle, que entrou no decorrer do 2° tempo, desajeitado, colocou a bola no fundo do gol e abriu o placar. Ozil, já nos últimos minutos da etapa final da prorrogação, fez o segundo gol alemão e praticamente sacramentou a classificação. Só praticamente. Em um lance despretensioso, a Argélia conseguiu diminuir o placar com Djabou. Mas, não teve tempo para mais nada. Final: Alemanha, classificada, 2. Argélia, eliminada, 1.


Mais cedo, França e Nigéria fizeram outro bom jogo da Copa. Com um predomínio maior dos africanos durante boa parte da partida, os franceses recorreram à sólida defesa e não foram vazados enquanto tal predomínio acontecia. Com paciência, os europeus melhoraram no 2° tempo mas, com ótima atuação do goleiro da Nigéria Enyeama, não conseguiam abrir o placar. Depois de várias defesas, o goleiro, no entanto, falhou em cobrança de escanteio e Pogba fez o primeiro gol do jogo, que foi sentido pelos nigerianos. Yobo, contra, fechou a conta e colocou a França nas quartas de final do mundial: 2 a 0.