A vergonha brasileira entrará para a história. Basta conferir a capa de alguns dos muitos jornais que deram ênfase ao Mineiraço. Veja aqui algumas.
12 de julho de 2014
Mineiraço: Brasil é eliminado da Copa do Mundo de forma vergonhosa para a Alemanha: 7 a 1
Talvez a forma mais simples e justa de começar o texto é dar, sem delongas, o placar do jogo da primeira semifinal da Copa do Mundo, disputada no dia 8 de julho de 2014, no Mineirão. Brasil 1x7 Alemanha. O maior vexame da história do futebol mundial.
Parecia um pesadelo, mas, assim como o fantasma de 1950, apelidado de Maracanaço, não foi. Foi real. Depois de 64 anos, o Brasil voltou a perder uma Copa do Mundo em casa de forma melancólica. Desta vez, não houve um chute potente do uruguaio Ghiggia no caminho de Barbosa. Houve, sim, sete gols de uma potente Alemanha no caminho de Felipão, treinador da seleção amarela, principal responsável pelo Mineiraço.
Mineiraço que começou a ser construído aos 10 minutos iniciais de jogo. O meia Toni Kroos cobrou escanteio e Thomas Muller, 24 anos, até então com nove gols em mundiais, fez o décimo após se desmarcar da zaga brasileira e finalizar ao gol de Júlio César: 1 a 0.
Aos 22, começou o que Felipão classifica como "pane", que na verdade significa o retrato de um time sem padrão de jogo e mal armado: após bela jogada coletiva, Miroslav Klose, centroavante alemão, botou seu nome de vez na história e se tornou o maior artilheiro da história das Copas: 16 gols.
Cerca de 120 segundos depois, a Alemanha aumentou. Em jogada onde o lateral Lahm apareceu pela direita e tocou para o meio, a zaga brasileira permitiu que a bola chegasse a Kroos. O alemão bateu forte com a perna esquerda e começou a deixar tanto os torcedores no estádio quanto os quase 200 milhões espalhados pelo Brasil entristecidos.
O que parecia impossível se tornou realidade e, logo na saída de bola, o Brasil perdeu a posse, deixou a Alemanha trocar passes dentro da área e tomou mais um gol. De novo com Kroos, após tabela com Khedira. Não perca a conta: Alemanha 4, Brasil 0.
Aos 28 minutos do 1° tempo (apenas sete minutos depois do 2° gol alemão), Khedira recebeu a Brazuca livre após dividida no círculo central, novamente tabelou - desta vez com Ozil - e fechou a conta da etapa inicial: 5 a 0.
Lento, Felipão mexeu no time que tomou 5 a 0 em 29 minutos apenas no intervalo. Mas, não foi o suficiente para um time totalmente mal armado taticamente e sem um padrão de jogo. O resultado foram mais dois gols alemães: dois de Schurrle, que substituiu Klose. Oscar ainda diminuiu, mas a maior vergonha do futebol mundial foi decretada: Alemanha, finalista, 7. Brasil, eliminado de forma vergonhosa em casa, 1.
Massacre alemão derrubou o Brasil do mundial: 7 a 1. Foto: Diário de Pernambuco
Diferente do que o futuro ex-técnico da seleção brasileira afirmou na entrevista coletiva, o apagão não foi atípico. Desde o começo da Copa, muitos brasileiros - assim como este blog - mostravam preocupação quanto ao padrão tático dado por Felipão aos seus comandados. Padrão que tinha como a ligação direta sua principal forma de jogo.
E mais. O tal "apagão" só durou sete minutos por que a Alemanha nitidamente tirou o pé do acelerador e não transformou a goleada em dois dígitos. Porque se dependesse de Felipão, o vexame seria maior.
Em resumo: devemos acabar de vez com a injustiça cometida quanto ao goleiro de 1950, Barbosa, e, além de guardarmos na memória a catástrofe do Mineirão, iniciarmos uma revolução no futebol brasileiro, que desde o começo dos anos 2000, parou no tempo.
* A fonte utilizada nos nomes dos autores dos gols teve de ser diminuída por motivo de incompetência amarela.
7 de julho de 2014
O Brasil passou da 1ª fase porque tem Neymar, e chegou na semi pela brilhante zaga. E agora?
Na estreia da Copa, Neymar brilhou e fez dois dos três gols brasileiros contra a Croácia. Diante do México, foi ele que teve as melhores chances de gol brasileiro, que só não saiu devido as ótimas defesas de Ochoa. E, para fechar a 1ª fase da Copa, veio Camarões. E veio mais uma digna atuação do camisa 10, que fez os 2 dos 4 gols do Brasil nos momentos mais complicados do jogo.
Sozinho, Neymar carregou o Brasil na 1ª fase da Copa. Foto: UOL
Sem coletividade e sem Neymar brilhando, restou a seleção confiar na sua zaga, a melhor do mundo. Thiago Silva e David Luiz foram muito bem no confronto com o Chile, e quando a bola passou por eles, coube a Júlio César - além da trave do Mineirão - fazer o papel de protagonista e passar o Brasil de fase.
Diante da Colômbia, novamente a zaga garantiu que o vexame não chegasse. Thiago Silva e David Luiz, além de marcarem um gol cada, foram, de longe, os melhores da partida. O primeiro evitou um contra-ataque colombiano ainda no 1° tempo que, se fosse concluído em gol, mudaria a história do jogo, e o segundo foi perfeito nos desarmes e fez com que Júlio não precisasse trabalhar.
Para a partida diante da Alemanha - sem dúvidas, o adversário mais qualificado até aqui -, o Brasil não tem Neymar, lesionado, nem Thiago Silva, suspenso. Ou seja, dos 4 destaques e praticamente únicos que mostraram coisas boas até aqui - e os que mais choraram também -, o Brasil só tem 2: Júlio César e David Luiz.
Parece que o choro fez bem: David Luiz, Júlio César e Thiago Silva salvaram o Brasil do fracasso. Foto: RBS
Na verdade, o principal nome que falta ao Brasil não é Neymar nem Thiago Silva. Atende pelo nome de padrão de jogo. Padrão que a Alemanha possui, que a Argentina mostrou na última partida e que na Holanda, mesmo sendo defensivo, funciona.
O Brasil até aqui derrotou todos os adversários iniciados com a letra C: Croácia, Camarões, Chile e Colômbia. Empatou com México. Será que vence a Alemanha? Se ajudar, podemos relacionar nosso oponente de amanhã ao padrão que tem em campo: coletividade e compactação. É possível?
Argentina vence Bélgica com segurança; Holanda precisa dos pênaltis para eliminar Costa Rica
Os outros 2 semifinalistas da Copa estão definidos. Primeiro, a Argentina, em Brasília, derrotou a Bélgica por 1 a 0, com gol e ótima atuação do centroavante Higuaín. Em uma partida truncada, os argentinos tiveram o controle das ações e só sofreram no final do jogo, por meio das bolas aéreas em direção aos belgas Fellaini, Lukaku e Van Buyten. Messi, no último lance da partida, teve a chance de ampliar o placar, mas o goleiro Courtois brilhou e, no mano a mano com o atacante, fechou o gol e executou ótima defesa.
A principal baixa da partida foi Di María. Ainda no 1° tempo, o meia sentiu a coxa e certamente está fora da semifinal. A dúvida fica para o jogo seguinte: o argentino pode vir a jogar a final ou uma virtual disputa de 3° lugar.
Mais tarde, a Holanda não conseguiu, durante os 120 minutos (tempo normal + prorrogação) fazer um gol na surpreendente Costa Rica e dependeu dos pênaltis para avançar. O momento marcante da partida, realizada na Fonte Nova, foi, com certeza, a ousadia do técnico dos holandeses Van Gaal. O treinador, no fim do tempo extra, sacou o goleiro Cillessen, de 1,88m, para a entrada de Tim Krul, de 1,93m, deliberadamente para a disputa de pênaltis. A mudança chocou muita gente e decepcionou o titular da posição, mas deu certo: Krul defendeu 2 cobranças dos costarriquenhos e acabou colocando sua seleção entre as 4 melhores do mundo.
Brasil derrota Colômbia, mas perde Neymar
A alegria da torcida brasileira de uma vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia e de uma classificação para a semi final da Copa após 12 anos foi ofuscada horas depois, após a notícia de que Neymar, com uma fratura na terceira vértebra lombar, está fora do mundial.
O jogo
Diante de uma Colômbia muito abaixo do que fez durante a Copa do Mundo, o Brasil fez um bom 1° tempo muito pelo que os próprios colombianos mostraram: um enorme espaço entre as linhas, pouca troca de passes e um visível receio de enfrentar o maior campeão das Copas em casa. É claro que houve melhora brasileira nos primeiros 45 minutos, no entanto, esta melhora foi mais pela deficiência do time de Pekerman do que pela eficiência dos comandados de Felipão. E foi neste período que o gol de Thiago Silva, após escanteio, saiu e decretou o placar parcial até o intervalo: 1 a 0.
O Brasil voltou pior para a 2ª etapa e as falhas técnicas e táticas novamente apareceram. A bola não passava pelo meio campo, as ligações diretas foram utilizadas, Fred, Hulk e Oscar pouco produziam, e o pior: Neymar, bem marcado, não conseguia dar sequência nas jogadas.
Mas, a melhor zaga do mundo, assim como na partida com o Chile, foi o diferencial para a vitória. Desta vez, David Luiz, em perfeita cobrança de falta, aumentou a vantagem: 2 a 0. Depois do gol, Thiago e David cortaram vários passes que, se concluídos, causariam dor de cabeça ao goleiro Júlio César.
Um pênalti foi bem marcado para a Colômbia já no fim da partida. James Rodríguez converteu, mas, sem passar pela muralha defensiva amarela, os colombianos não conseguiram mais do que isso. Final, Brasil, classificado, 2. Colômbia, eliminada, 1.
Contusão de Neymar
O que não poderia acontecer para o Brasil, aconteceu. Aos 41 minutos do 2° tempo, o lateral colombiano Zuñiga, de forma imprudente, mas não maldosa, acertou com o joelho as costas de Neymar. E o tirou do restante da Copa do Mundo. O atacante fraturou uma vértebra lombar e só volta a ficar em condições de jogo em, pelo menos, 1 mês. Sem Neymar, o Brasil, que já encontraria muitas dificuldades contra a Alemanha, precisa jogar tudo que não jogou até agora para almejar o título.
Compacta, Alemanha bate França no Maracanã: 1 a 0
No primeiro jogo das quartas de final da Copa do Mundo, deu Alemanha. Diante da França, a equipe de Joachim Low fez uma partida tranquila, encontrou seu gol por meio da bola alta, com Hummels, e raramente levou sustos ao seu torcedor. Com o 1 a 0, os alemães estão garantidos entre as 4 melhores seleções do mundo. Já os franceses, que fizeram boa campanha no mundial, voltam para casa com uma boa impressão de uma geração que pode chegar mais forte em 2018.
O que chamou a atenção da Alemanha, tanto nesta partida quanto durante a Copa inteira, foi a compactação. Sem a bola, a distância entre a linha de zaga alemã e o centroavante (geralmente Muller) chega a ser de 20 metros. Com isso, passa a existir uma dificuldade para o adversário ter a posse de bola, já que a equipe de Low se movimenta em bloco (como na imagem abaixo: se a bola está no lado esquerdo alemão, por exemplo, os 10 jogadores de linha fecham o espaço).
Outro destaque da equipe alemã é a coletividade. Diferente dos outros semi finalistas, a Alemanha não tem um craque, como o Brasil de Neymar, a Argentina de Messi e a Holanda de Robben. Muller, Ozil, Schweinsteiger, Kroos e companhia dividem tal responsabilidade.
1 de julho de 2014
Emocionante, dia 20 da Copa do Mundo tem vitórias de Argentina e Bélgica na prorrogação
A Copa das Copas está cada vez melhor. E não só no nível técnico. Hoje, 1 de julho de 2014, o torneio recebeu dois jogos que entrarão para a história pela emoção. Primeiro, a Arena Corinthians recebeu um jogaço entre Argentina e Suíça, que, apesar da rede balançar somente aos 13 minutos do 2° tempo da prorrogação, foi ótimo de se ver. E Bélgica e Estados Unidos, duelo que ocorreu horas depois em Salvador, não ficou para trás no quesito.
Argentina e Suíça fizeram um jogo de gente grande. Marcando bem e saindo para o jogo, os europeus anularam o jogo argentino, que durante alguns minutos se assemelhou ao do Brasil quanto à falta de meio campo. A maioria das jogadas dos sul-americanos era originária de bolas cruzadas ou da individualidade de Messi. Pelo outro lado, Shaqiri se mostrava mais argentino que suíço. Driblou, catimbou, teve raça e foi o jogador que mais correu eu campo. Foram dele as jogadas que mais causaram perigo ao gol de Romero. Aos poucos, no entanto, a Argentina tmou conta da partida e teve mais de 60% de posse de bola.
Destaque? Durante os 90 minutos, quem brilhou foi o goleiro suíço Benaglio. Ele precisou trabalhar em 22 chutes que foram na direção de sua meta, número incrível que denota a superioridade argentina durante boa parte da partida. Benaglio conseguiu fazer com que a Brazuca não passasse a linha de seu gol e foi o principal responsável por levar a partida para a prorrogação.
Prorrogação que fez o coração de qualquer argentino acelerar e foi morno até os 12 minutos do 2° tempo. Pênaltis? Que nada. Messi, pelo meio, recebeu e partiu para cima dos suíços. O camisa 10 encontrou Di María, que finalizou cruzado para fazer o gol que colocou a Argentina na frente.
Mas, se engana quem deu a partida como encerrada. Em 5 minutos, a Suíça teve três faltas perigosas. Em uma delas, a bola foi cruzada para a área e, após cabeçada, carimbou a trave da Itaquera e evitou um novo empate. Até Benaglio se arriscou no ataque e por pouco não tomou seu segundo gol. Em uma rebatida da defesa argentina, o gol ficou livre para Di María. Do meio campo, o autor do primeiro gol chutou e a bola parou na rede pelo lado de fora. E parou por aí. Argentina, classificada, 1. Suíça, eliminada, 0.
Mais tarde, na Fonte Nova, mais emoções. A Bélgica dominou os Estados Unidos durante toda a partida, mas foi incapaz, muito pela ótima atuação do goleiro americano Howard, balançar as redes. Ficou, também, para a prorrogação. E nela, De Bruyne e Lukaku desencantaram. O jovem Green diminuiu, mas foi insuficiente para que os comandados de Klinsmann avançassem na Copa do Mundo. Final: Bélgica 2, Estados Unidos 1. Os europeus estão classificados.
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